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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O velho sempre me descreve..

"Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual.
Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali."

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

“Dizem que inveja é pecado, mas só deve ser pecado se for inveja de coisa boa, de coisa ruim não deve ser não. Tenho inveja de gente de vida ‘atribulada’, gente cheia de coisas a fazer e resolver, de gente que acha que carrega o mundo nas costas e que o sol depende delas pra nascer. Acho que pessoas assim nunca se suicidam, são incapazes de imaginar o mundo sem elas, pois seria muito triste para o mundo.

O meu mundo é tão pequeno, sempre acho que se eu não fizer outro fará, que o meu estresse não vai interferir na resolução do problema, que o meu blá blá blá não vai fazer nem o metrô mudar de horário, quanto mais o sol nascer ou não. Sempre penso que na maioria das situações não há nada que eu possa fazer, além do que o que eu posso fazer. E se eu não posso fazer o que eu não posso fazer, então pra que gastar saliva e pensamentos e ações com isso? Daí me sinto um pouco inútil e desnecessária... com uma leveza que me assusta.”

Cecília Marazano