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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Vai ser ele! (adaptado)

Talvez tenha sido pelo arrepio que ele me causou no primeiro beijo. Me falaram uma vez que pessoas que causam arrepios enquanto a gente sorri merecem moradia no peito. E ele invadiu o meu. Sem pedir licença, sem jeitinho educado, sem por favor, sem perguntar se o lugar tava vago, se tinha espaço na minha vida. Não tinha. Mas quando é que o amor obedece a gente?
Acho que eu soube que era ele quando ele preferiu horas de conversa num boteco meia-boca a um restaurante chique com vista da cidade toda. Tem alguma coisa de interessante em gente que abre mão de quase tudo por bebida e um bom papo, não tem? Foi justo no meio da conversa que passou pela minha cabeça pela primeira vez:
Vai ser ele.

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Meus amigos viviam me perguntando por que ainda não tinha sido. E, sei lá, falta de timing, falta de química, falta de vontade. Tem sempre alguma explicação pra quando não é. O difícil é achar justificativa pra quando passa a ser. Não sei, acho curiosa a forma como a gente se apaixona por outra pessoa no meio de milhares de outras.
Um dia cê olha e ferrou. Não tem volta. Você se arrisca a cometer os mesmos erros torcendo que dessa vez dê certo. Que as coisas saiam melhor do que o planejado. Que cês não se matem nos dias de tpm ou nos dias que o time de um dos dois perder. Você lista mil razões pelos quais não deveria ser, e você tenta lembrar de todos os defeitos. Nada. Cê olha e continua pensando: vai ser ele.
Vai ser ele que nem um tufão por aqui. Vai ser ele sem calma, sem tédio, sem mesmice ou silêncio incômodo. Vai ser ele sem motivo, sem espaço e sem tempo pra isso. Vai ser ele causando arrepios em todos os beijos. Agora, daqui a pouco e mais pra frente.
Vai ser ele.
Aliás, já é.