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domingo, 12 de maio de 2013

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E depois de tanto tempo, ter lágrimas rolando pelo meu rosto é como se houvesse algo errado, como se isso não estivesse em mim, como se fosse algo que acontecesse pela primeira vez...
Passei longos cinco meses da minha vida me fazendo de dura, me enganando, repetindo pra mim que estava tudo bem e vivendo como se realmente estivesse.
E talvez esteja, mas então por que o choro?

Eu jantei com minha família. Notei que faltam algumas pessoas. Notei também que a saúde dos meus heróis já não é a mesma. Eu sinto falta de tudo. Eu chorei.
Eu vi a foto dele. Eu senti saudade. Eu chorei.
Eu olhei minha casa. Eu vi meu quarto. Eu vi minhas fotos. Eu vi que não estou mais aqui. Eu chorei.
Eu olhei profundamente no rosto de minha mãe. Eu a abracei. Eu chorei.
Eu vi as fotos de um ano atrás. Eu sinto tanta falta dos meus amigos. Eu chorei.
Eu vi um filme. Eu percebi que a gente perde coisas importantes por covardia. Eu tenho sido tão covarde. Eu chorei.
Eu olhei minha vida. Eu notei que é como se nada fizesse sentido. Eu chorei ainda mais.
E então, num dia qualquer, numa noite estrelada, você olha a sua volta e se vê só, e sente uma fraqueza gigantesca, se sente pequeno diante do mundo e percebe que nada faz o menor sentido.
O que há de errado? Alguém pode me dizer? O que há de tão errado?
Cada vez tenho mais certeza de que não pertenço a este mundo por um simples motivo: odeio que as coisas terminem. Odeio.

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