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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sobre a falta

Nunca parei pra ler nossas coisas, sempre achei que iria doer demais relembrar tudo e estive certa todo esse tempo.
Daria qualquer coisa pra voltar no tempo. Se eu pudesse ver o que aconteceria faria tudo diferente. E queria muito poder te pedir desculpas por isso, mas você não pode me ouvir.
Mesmo assim, supondo que exista outras vidas depois dessa e que você de algum lugar consiga me escutar/ler, saiba que te conheci no tempo errado, que queria muito que você tivesse entrado na minha vida hoje em dia, com a maturidade que tenho hoje, embora grande parte dessa maturidade eu só tenha por conta do que vivemos. Desculpa por ter dito tanta coisa errada, por te julgar tantas vezes, por não me colocar no seu lugar, por enlouquecer e pirar. Mas é importante que você saiba que só quis te ajudar, mas que infelizmente não tinha preparo mental nenhum pra isso.
Eu amei você e eu sinto sua falta todos os dias, e sei que essa falta nunca vai passar.
Não sei se algum dia te disse, mas você era meu melhor amigo, por isso que quando você se foi, perdi muito além de um amor, perdi um dos meus pilares, e me culpei por tanto tempo, e mais ainda agora ao ler nossas conversas.
Mas em meio a tantas exaltações tivemos tantas coisas boas, você lembra o quanto ficávamos a vontade um com o outro? Lembra de como nos bastavamos e esquecíamos do mundo quando estavamos juntos? Tantos dias e momentos memoráveis ao seu lado..
Lembra que te dizia que as pessoas nunca são insubstituíveis? Descobri que isso é uma mentira, no seu lugar ficou um buraco, uma falta que nunca será preenchida, uma saudade gigante, uma vontade enorme de te ver e o arrependimento por todas as coisas que fiz e as que não fiz também.
Serei sempre a Lulu e você sempre será meu tão amado e querido marcelo-martelo-marmelo!
E olha só, no cd novo da Pitty (um dos milhões dos nossos interesses em comum) ela escreveu uma musica para um amigo dela que se suicidou. E dedico ela a você <3
Esteja em paz, querido.


Escolheu deixar tudo aqui, sumir daqui
Pra onde nem sei
Mas espero que sim

Se arrancou, e partiu daqui e levou de mim
Aquele talvez
Rir de tudo no fim

Talvez pudesse resolver (quem vai saber?)
Quem sabe a dor venceu?
Pra que essa pressa de embarcar
Na jangada que leva pro lado de lá?

Bagunçou tudo em volta assim e não volta mais
Nem pra ver
Que era grande demais

E o silêncio, o imenso silêncio que atravessou
Domingo de sol
E eu chovi sem parar

E num rompante sem pesar (como aceitar?)
Impôs a decisão
Pra que essa pressa de embarcar
Na jangada que leva pro lado de lá?

Aceno da margem
Ao longe o barco vai, até mais!
Guarde pra mim um bom lugar

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